terça-feira, 18 de setembro de 2012

Yemanjá



Quem é?

YEMANJÁ:Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes). Rege a maternidade, e é a mãe dos peixes que representam fecundidade.

YEMANJÁ é considerada mãe de todos os demais ORIXÁS OGUM, XANGÔ, OBÁ, OXOSSI e OXUM que nasceram de caso ilícito que teve com IFÁ. NANÃ como vimos, é mãe de OMULU e OXUMARÉ. YEMANJÁ, por sua vez, filha de OLODKUN, ORIXÁ masculino em BENIN, ou feminino em IFÉ, sempre do mar. No Brasil, é muito venerada, e seu culto tornou-se quase independente do CANDOMBLÉ. É representada como uma sereia de longos cabelos pretos.

História ou lendas

YEMANJÁ era uma deusa do rio de igual nome, que banha o território da nação iorubana de Egbá. As guerras fizeram com que o povo dessa nação fosse tangido para as margens do rio Ogun, cujo nome nada tem a ver com o orixá do ferro e das artes manuais. E foi deste rio que a grande iyabá partiu, para ser rainha do mar.

Mitos nagôs explicam como Yemanjá, graças a poderes mágicos, foi morar no oceano, reino de Olokun, seu pai. Aliás, essa mudança de deusa fluvial em deusa marítima tem sua implicação sociológica. O homem, como explorador, principiou, em rudes canoas, a singrar as águas dos rios; só muito mais tarde se aventuraria a enfrentar o desconhecido, na estrada larga do mar.

Ensina Verger que o grito com que se saúda a deusa – odô iyá! Significa "mãe do rio". Reverencia, pois, uma divindade fluvial. Ainda segundo Verger, o nome YEMANJÁ vem do iorubá yeyê ama ejá, "mãe cujos filhos são peixes".

Em Cuba o nome permaneceu o mesmo que o do rio africano onde a deusa nasceu. Por que, no Brasil, ganhou um "n" após o primeiro "a", transformando-se em Iemanjá? Simplesmente por uma certa tendência, em nossa língua, de uma consoante nasal provocar o anasalamento da vogal seguinte.

MÃE DOS ORIXÁS?

Na África, as esculturas com a efígie de Iemanjá mostram uma mulher de seios exuberantes, símbolo de fecundidade. Essa opulência mamária, no entanto, não justifica conhecido mito teogônico em que Iemanjá é apontada como a mãe de todos os orixás.

Narra tal mito que da união de Obatalá e Odudua nasceram Aganju, a terra firme, e Iemanjá, as águas. Os dois irmãos também se unem e geram Orungã, o ar, o espaço entre o céu e a terra.

Orungá apaixonou-se perdidamente por sua mãe, Iemanjá. Um dia em que pai estava ausente, ele a raptou, violou e propôs continuassem às ocultas o amor incestuoso. Iemanjá, desesperada, desprende-se dos braços do filho, mas ele a persegue. Quando o Édipo iorubano está prestes a alcançá-la, Iemanjá cai morta, de costas. Dos seios enormes nascem dois rios, que adiante se unem formando um lado, o lago Iemanjá. Do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os orixás: deuses das atividades de subsistência, como Okô, da agricultura e Oxosse, da caça; e Xangô, deus do trovão, Ogun, do ferro e das artes manuais, Dadá, dos vegetais; e Olokun, do mar, Oloxá dos lagos, Okê, das montanhas; e as deusas dos rios nigerianos Oxun e Oiá(Niger); e Xankpanã, da varíola, Ajê-Kalagá, da saúde, Orun, o sol, Oxu, a lua.

O mito, que não inclui Exu e Ifá, duas divindades da mais alta importância, é contestado pela autoridade de Pierre Verger, que afirma jamais tê-lo encontrado na África. A história foi inventada por um missionário, o padre R.P.Noel Baudin (1884) e teve a sua perpetuidade garantida pelo ilustre coronel A B.Ellis, autor de um livro famoso. O mito, repetido por Ellis, foi citado por Nina Rodrigues, com a ressalva, porém, de que jamais o encontrou na Bahia, onde os negros que professavam o culto iorubá ou declararam que o desconheciam ou contestaram sua existência.

Em outra versão, contam que Yemanjá é filha de Olokum, a Senhora dos Oceanos, e que foi casada com um homem poderoso com quem teve dez filhos. Um dia, cansada de sua permanência em Ifé, foge na direção oeste, levando consigo uma garrafa que havia ganho certa vez de Olokun, contendo um misterioso preparado, a qual ela deveria quebrar jogando ao chão quando estivesse em perigo.

Iemanjá instalou-se em Abeokutá (seria uma alusão à migração da nação Egbá). O marido lança seu exército em busca de Iemanjá, com o objetivo de trazê-la de volta a Ifé. Quando se vê cercada, ela não se entrega, mas segue os conselhos de Olokum e quebra a garrafa.Imediatamente forma-se um rio, que a leva para Okun, o mar, morada de Olokum.


Deusa da foz dos rios e quebra-mares, a rainha dos mares, como é conhecida, é ciumenta mas não demonstra, preferindo aguardar a hora da revanche. É poderosa e atraente e quando invocada por quem realmente a conhece, propicia favores e ajudas inestimáveis.

Tem a grande capacidade da mãe que sempre atende a um filho, que geralmente caracteriza-se por ser pessoa voluntariosa.

Filhos de Yemanjá
Arquétipo dos filhos:

Os filhos de Iemanjá são fortes, altivos, rigorosos, algumas vezes impetuosos e arrogantes, facilmente irritáveis, mudam de humor de um instante para o outro; são capazes de perdoar uma ofensa mas não de esquecê-la. São sérios, maternais e preocupados com os outros.
Maternais, amorosas, inteligentes, disponíveis, trabalhadoras, sensitivas, bonitas, corajosas, sutis, elegantes.
Manhosas, choronas, faladeiras, nervosas, revoltadas, dissimuladas.
O tipo psicológico dos filhos de YEMANJÁ é imponente, majestosa e belo, calmo, sensual, fecundo e cheio de dignidade e dotado de irresistível fascínio (o canto da sereia). As filhas de YEMANJÁ são boas donas de casa, educadoras pródigas e generosas, criando até os filhos de outros (Omulu). Não perdoam facilmente, quando ofendidas. São possessivas e muito ciumentas. YEMANJÁ, por presidir a formação da individualidade, que como sabemos está na cabeça, está presente em todos os rituais, especialmente o BORI.
Têm o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas mas formais; põem à prova as amizades que lhes são devotadas, Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias. Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa

Suas características de simbolização e admiração

Seu maior símbolo..................âncora, barco, peixe, remo.
suas plantas................................colônia, aguapé, lágrima de Nossa Senhora.
seu dia....................................sábado
sua cor....................................cristal, azul claro
seus símbolos...........................leque (abebé) com sereia, concha
seu mineral..............................prata
seus elementos.........................água
saudação..................................Odôyabá! Odó Iyá !
Domínios:..................................mar
comidas:...................................peixe, camarão, canjica, arroz, manjar; mamão.
Dia de sua comemoração ............................  08 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, com quem está sincretizada.
Oferendas ..............................Yemanjá gosta muito de flores e é costume oferecer-lhe sete rosas brancas abertas, que são jogadas ao mar para agradecimento.


Vídeo legal fala muito sobre as características Dela. Bela homenagem. E de quebra, uma canção de marujo. Tudo a ver.





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