Salve o Dia 04 de Dezembro!
Eparrei Oyá!
Mitos, Lendas, Associações e Principais Características
Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Senhora dos Raios e
das Tempestades.
Oyá, mais conhecida no Brasil como Yansã, foi uma princesa
real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C.. Sobrinha-neta do rei Elempe e
neta de Torossi(mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu
caminho para o trono de Oyó.
Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, nunca
se deixou abater por guerras, problemas e disputas.
Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários
reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade
natal, disposta a enfrentá-lo.
Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e renovar a
natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão
forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição
e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. Normalmente, Oyá
sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as
sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso,
esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as
águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital para a
renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão
fertilizando a terra.
Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as nuvens,
para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os
reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as
mitologias.
Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água, assim
como as outras yabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade. Está
relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.
Oyá está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao
relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns). Na Nigéria ela é
a deusa do rio Niger. É a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, e a única
divindade que entra no Ibalé dos Eguns(mortos).
Oyá tem ligações com o mundo subterrâneo, onde habitam os
mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as individuações
da multifacetária Iansã, uma delas é como Deusa dos Cemitérios.
Impetuosa, guerreira e de forte personalidade, é
reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.
Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma
sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já
desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun. Foi o orixá
Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a
ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa
sociedade.
Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte,
enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou
qualquer tipo de prisão.
Faz parte de sua indumentária a espada curva (alfanje), o
erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e objetos de
cobre.
Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e
chamando muita atenção.
Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a
imagem de Oyà.
Suas contas são vermelhas ou tijolo, o coral por excelência,
o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica).
Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga,
eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um
cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").
Com Oxalá aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da
paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo
esperar o momento certo para conquistá-los.
Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para não
extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos
espaços.
Arquétipo
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de
ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as
batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos,
agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa
estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que
enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas,
achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os
problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.
São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que
transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São
fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que
repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Faz
parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais
por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam
outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência
anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as
pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita conversão
religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores
morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã
num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez
de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado
e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que
a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma
ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não
mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um
desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na
casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma
irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos
particulares de sua vida.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que
pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um
caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam
fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no
comportamento humano.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e
chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só
detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente
quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida
sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente
e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo,
muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que
ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis
para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com
que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos
profissionais.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de
relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e
expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a
tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser
considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando
possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir
tudo com seu vento forte e arrasador.
Resumo
Sincretismo: Santa Bárbara
Suas cores: vermelho e coral
Saudação : Eparrei!
Seu dia : Quarta-feira
Comida predileta: acarajé, milho temperado com camarão e
azeite de dendê.
Frutas e verduras: manga rosa, uva vermelha, maçã, cenoura,
quiabo.
Plantas: espada de Iansã (borda amarela) e bambu.
Elemento: fogo e ar
Festa: 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem está
identificada.
Pedras: rubi, coral, granada.
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