domingo, 20 de novembro de 2011

A civilização egípicia - Emmanuel

*OS EGÍPCIOS* 
Dentre os espíritos degredados na Terra, os que constituíram a civilização 
egípcia foram os que mais se destacavam na prática do Bem e no culto da 
Verdade. 
Aliás, importa considerar que eram eles os que menos débitos possuíam 
perante o tribunal da Justiça Divina. Em razão dos seus elevados patrimônios 
morais, guardaram no íntimo uma lembrança mais viva das experiências de sua 
pátria distante. Um único desejo os animava, que era trabalhar devotadamente 
para regressar, um dia, aos seus penates resplandecentes. Uma saudade 
torturante do céu foi a base de todas as suas organizações religiosas. Em 
nenhuma civilização da Terra o culto da morte foi tão altamente 
desenvolvido. Em todos os corações morava a ansiedade de voltar ao orbe 
distante, ao qual se sentiam presos pelos mais santos afetos. Foi por esse 
motivo que, representando uma das mais belas e adiantadas civilizações de 
todos os tempos, as expressões do antigo Egito desapareceram para sempre do 
plano tangível do planeta. Depois de perpetuarem nas Pirâmides os seus 
avançados conhecimentos, todos os Espíritos daquela região africana 
regressaram à pátria sideral.
*A CIÊNCIA SECRETA*
Em virtude das circunstâncias mencionadas, os egípcios traziam consigo uma 
ciência que a evolução da época não comportava. 
Aqueles grandes mestres da antiguidade foram então, compelidos a recolher o 
acervo de suas tradições e de suas lembranças no ambiente reservado dos 
templos, mediante os mais terríveis compromissos dos iniciados nos seus 
mistérios. Os conhecimentos profundos ficaram circunscritos ao círculo dos 
mais graduados sacerdotes da época, observando-se o máximo cuidado no 
problema da iniciação. 
A própria Grécia, que aí buscou a alma de suas concepções cheias de poesia e 
de beleza, através da iniciativa dos seus filhos mais eminentes, no passado 
longínquo, não recebeu toda a verdade das ciências misteriosas. Tanto é 
assim, que as iniciações no Egito se revestiam de experiências terríveis 
para o candidato à ciência da vida e da 
Os sábios egípcios conheciam perfeitamente a inoportunidade das grandes 
revelações espirituais naquela fase do progresso terrestre; chegando de um 
mundo de cujas lutas, na oficina do aperfeiçoamento, haviam guardado as mais 
vivas recordações, os sacerdotes mais eminentes conheciam o roteiro que a 
Humanidade terrestre teria de realizar. Aí residem os mistérios iniciáticos 
e a essencial importância que lhes era atibuída no ambiente dos sábios 
daquele tempo.
*O POLITEÍSMO SIMBÓLICO* 
Nos círculos esotéricos, onde pontificava a palavra esclarecida dos grandes 
mestres de então, sabia-se da existência do Deus Único e Absoluto, Pai de 
todas as criaturas e Providência de todos os seres, mas os sacerdotes 
conheciam, igualmente, a função dos Espíritos prepostos de Jesus, na 
execução de todas as leis físicas e sociais da existência planetária, em 
virtude das suas experiências pregressas. 
Desse ambiente reservado de ensinamentos ocultos, partiu, então, a idéia 
politeísta dos numerosos deuses, que seriam os senhores da Terra e do Céu, 
do Homem e da Natureza. 
As massas requeriam esse politeísmo simbólico, nas grandes festividades 
exteriores da religião. 
Já os sacerdotes da época conheciam essa fraqueza das almas jovens, de todos 
os tempos, satisfazendo-as com as expressões exotéricas de suas lições 
sublimadas. 
Dessa idéia de homenagear as forças invisíveis que controlam os fenômenos 
naturais, classificando-as para o espírito das massas, na categoria dos 
deuses, é que nasceu a mitologia da Grécia, ao perfume das árvores e ao som 
das flautas dos pastores, em contacto permanente com a Natureza.
*O CULTO DA MORTE E A METEMPSICOSE* 
Um dos traços essenciais desse grande povo foi a preocupação insistente e 
constante da Morte. A sua vida era apenas um esforço para bem morrer. Seus 
papiros e frescos estão cheios dos consoladores mistérios do além-túmulo. 
Era natural. O grande povo dos faraós guardava a reminiscência do seu 
doloroso degredo na face obscura do mundo terreno. E tanto lhe doía 
semelhante humilhação, que, na lembrança do pretérito, criou a teoria da 
metempsicose, acreditando que a alma de um homem podia regressar ao corpo de 
um irracional, por determinação punitiva dos deuses. A metempsicose era o 
fruto da sua amarga impressão, a respeito do exílio penoso que lhe fora 
infligido no ambiente terrestre. 
Inventou-se, desse modo, uma série de rituais e cerimônias para solenizar o 
regresso dos seus irmãos à pátria espiritual. 
Os mistérios de Ísis e Osíris mais não eram que símbolos das forças 
espirituais que presidem aos fenômenos da morte.
*OS EGÍPCIOS E AS CIÊNCIAS PISÍQUICAS* 
As ciências psíquicas da atualidade eram familiares aos magnos sacerdotes 
dos templos. 
O destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos 
mundos eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos. O estudo de 
suas artes pictóricas positivam a veracidade destas nossas afirmações. Num 
grande número de frescos, apresenta-se o homem terrestre acompanhado do seu 
duplo espiritual. Os papiros nos falam de suas avançadas ciências nesse 
sentido, e, através deles, podem os egiptólogos modernos reconhecer que os 
iniciados sabiam da existência do corpo espiritual preexistente, que 
organiza o mundo das coisas e das formas. Seus conhecimentos, a respeito das 
energias solares com relação ao magnetismo humano, eram muito superiores aos 
da atualidade. Desses conhecimentos nasceram os processos de mumificação dos 
corpos, cujas fórmulas se perderam na indiferença e na inquietação dos 
outros povos. 
Seus reis estavam tocados do mais alto grau de iniciação, enfeixando nas 
mãos todos os poderes espirituais e todos os conhecimentos sagrados. É por 
isso que a sua desencarnação provocava a concentração mágica de todas as 
vontades, no sentido de cercar-lhes o túmulo de veneração e de supremo 
respeito. Esse amor não se traduzia, apenas, nos atos solenes da 
mumificação. Também o ambiente dos túmulos era santificado por um estranho 
magnetismo. Os grandes diretores da raça, eram considerados dignos de toda a 
paz no silêncio da morte. 
Nessas saturações magnéticas, que ainda aí estão a desafiar milênios, 
residem as razões da tragédia amarga de Lord Carnarvon e de alguns de seus 
companheiros que penetraram em primeiro lugar na câmara mortuária de Tut 
Ankh Amon, e ainda por isso é que, muitas vezes, nos tempos que correm, os 
aviadores ingleses observam o não funcionamento dos aparelhos radiofônicos, 
quando as suas máquinas de vôo atravessam a limitada atmosfera do vale 
sagrado.
*AS PIRÂMIDES* 
A assistência carinhosa do Cristo não desamparou a marcha desse povo cheio 
de nobreza moral. Enviou-lhe auxiliares e mensageiros, inspirando-o nas suas 
realizações, que atravessaram todos os tempos provocando a admiração e o 
respeito da posteridade de todos os séculos. 
Aquelas almas exiladas, que as mais interessantes características 
espirituais singularizam, conheceram, em tempo, que o seu degredo na Terra 
atingia o fim. Impulsionados pelas forças do Alto, os círculos iniciáticos 
sugerem a construção das grandes pirâmides, que ficariam como a sua mensagem 
eterna para as futuras civilizações do orbe. Esses grandiosos monumentos 
teriam duas finalidades simultâneas: representariam os mais sagrados templos 
de estudo e iniciação, ao mesmo tempo que constituiriam, para os pósteros, 
um livro do passado, com as mais singulares profecias em face das 
obscuridades do porvir. 
Levantaram-se, dessarte, as grandes construções que assombram a engenharia 
de todos os tempos. Todavia, não é o colosso de seus milhões de toneladas de 
pedra nem o esforço hercúleo do trabalho de sua justaposição o que mais 
empolga e impressiona a quantos contemplam esses monumentos. As pirâmides 
revelam os mais extraordinários conhecimentos daquele conjunto de Espíritos 
estudiosos das verdades da vida. A par desses conhecimentos, encontram-se 
ali os roteiros futuros da humanidade terrestre. Cada medida tem a sua 
expressão simbólica, relativamente ao sistema cosmogônico do planeta e à sua 
posição no sistema solar. Ali está o meridiano ideal, que atravessa mais 
continentes e menos oceanos, e através do qual se pode calcular a extensão 
das terras habitáveis pelo homem, a distância aproximada entre o Sol e a 
Terra, a longitude percorrida pelo globo terrestre sobre a sua órbita no 
espaço de um dia, a precessão dos equinócios, bem como muitas outras 
conquistas científicas que somente agora vêm sendo consolidadas pela moderna 
astronomia.
*REDENÇÃO* 
Depois dessa edificação extraordinária, os grandes iniciados do Egito voltam 
ao plano espiritual, no curso incessante dos séculos. 
Com o seu regresso aos mundos ditosos da Capela, vão desaparecendo os 
conhecimentos sagrados dos templos tebanos, que, por sua vez, os receberam 
dos grandes sacerdotes de Mênfis. 
Aos mistérios de Ísis e de Osíris, sucedem-se os de Elêusis, naturalmente 
transformados nas iniciações da Grécia antiga. 
Em algumas centenas de anos, reuniram-se de novo, nos planos espirituais, os 
antigos degredados, com a sagrada bênção do Cristo, seu patrono e salvador. 
A maioria regressa, então, ao sistema de Capela, onde os corações se 
reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições mais santas e mais 
puras, mas grande número desses Espíritos, estudiosos e abnegados, 
conservaram-se nas hostes de Jesus, obedecendo aos sagrados imperativos do 
sentimento e, ao seu influxo divino, muitas vezes têm reencarnado na Terra, 
para desempenho de generosas e abençoadas missões.
*Livro: A Caminho da Luz Médium: Francisco Cândido Xavier Espírito: Emmanuel 

Nenhum comentário:

Postar um comentário